segunda-feira, 18 de abril de 2011

SORRIA, HOMEM DA MINHA VIDA


Não sei se vou conseguir escrever uma crônica sobre você. Não. Não seria uma crônica, porque a crôica fala das pequenas coisas e as transforma em imensidão. Você já é a maior grandeza da minha vida. Crescer mais, mais do que já cresci com você, mais do que o número de cabelos brancos na cabeça que lhe aparecem a cada ano, mais do que o orgulho que sinto por ter um pai como você, mais do que a felicidade de cada noite que eu abraço sua pancinha antes de ir dormir, difícil, mas ao seu lado, tudo é maior. Cada lua mais cheia, cada macarrão com shitake, cada tomatinho dentro dos mariscos, cada boneco de sal, cada abrir e fechar de asas dos beija flores na varanda, cada noite de estrelas escondidas andando de pijama pelas ruas de San Pedro, cada sombra, cada duna, cada oasis, cada falésia, cada fogos de camelô que soltamos no meio da rua, cada show, cada breakfast, cada por do sol no mar, cada nascer da lua na represa, cada CD do Talking Heads nas viagens, cada nova palavra que você inventa, cada música, cada sorriso, cada som, cada MARABIGODEDADE, cada CLICK. Pois é, como passa, como fica, como vai. Vai que eu vou, vai que eu te amo. Não espere que o dia amanheça para comemorar, finja que você renasce a cada dia e todo dia é dia de sorrisos. Faça como lá no Atacama, pai. Abra os braços e se encante com cada grão de areia em que pisa, com cada pássaro que pousa perto de você, e lembre daquela gaivota que pedia comida nas margens das mais inacreditáveis e indefinivelmente encantadoras Lagunas Altiplânicas. Sinta o sol queimando seus pequenos fios de cabelo naquele seu dia longo e cheio de trabalho, e lembre das Piscinas Termais do Geisers del Tatio. E depois olhe nos meus olhos, enquanto eu te digo que li cada palavra que você escreveu pra mim quando eu ainda engatinhava, e que num desses dias, enquanto você visitava a vovó, eu senti cada som, cada passo, cada palavra, e derramei cada uma das lágrimas de amor que choravam nos seus relatos. Felicidade. Você me faz feliz. E amanhã, no seu aniversário de 46 cheios, longos e mais do que eternos anos de vida, tudo o que eu vou te dar, é um abraço, muito, mas muito apertado, brincar com a sua orelha e dizer que te amo, e espero que assim, te faça tão feliz quanto aquela garotinha que chamava pelo seu nome em DÓ, em suas monótonas noites de velho e mais do que amado pai.

2 comentários:

  1. Caramba. Que linda essa crônica. Valeu meu dia (:

    ResponderExcluir
  2. AAAH, brgadãaao clarinha (:
    MEU PAPAI DISSE QUE O DELE TAMBÉEEEEEM!

    ResponderExcluir